Bom dia, pessoal!
Esse mini-conto em primeira pessoa foi escrito pelo Dan Ramos, meu irmão e intérprete de Remo, nosso querido mecânico. Estou postando aqui mas vocês também podem visualizar no Birosca Nerd, o blog do Dan.
Sem querer puxar o saco, mas eu adoro quando meus jogadores se dedicam assim pelos jogos, me dá empolgação e muita vontade de continuar narrando. Na minha opinião, todo jogador deveria seguir o exemplo do meu irmão e da minha noiva (Bia, que fez as photoshopagens dos posts anteriores e já escreveu vários mini-contos sobre o jogo, que, lógico, serão postados aqui).
Curte ai!
A vida é engraçada.
Nessas horas, depois de um dia cheio de trabalho duro no negócio de
restauração de carros - como há muito tempo eu não tinha -, vejo o pôr
do sol e me deparo pensando nessas paradas. Eu me chamo Remo Soza, e sou
apenas um mecânico texano meio perdido no mundo.
Sempre me senti completamente deslocado, como se não pertencesse a lugar
nenhum, um alienígena total. Acho que é porque minha história foi
escrita por um Tarantino com viagens loucas de cogumelo encarnando um
autor de romance noir trágico barato. Tudo começa com o meu velho, um
europeu que estranhamente conseguiu cair fora da máfia siciliana sem
morrer e veio virar traficante na América. De cara, roubou a minha mãe
de um cartel mexicano e escolheu pra viver o único estado onde podia
manter seu arsenal particular.
Sério, acho que ele queria fazer uma guerra. E essa guerra veio, na forma do irmão da minha mãe, que varou nossa casa de balas e atirou na cabeça da própria irmã por acidente. Meio que por acidente, também, acertei a testa do puto. Vingativo pra cacete, o coroa me pilhou para arrumar um bando de motoqueiros - os Dust Ravens - para achar o resto do cartel e enterrar todo mundo.
Sério, acho que ele queria fazer uma guerra. E essa guerra veio, na forma do irmão da minha mãe, que varou nossa casa de balas e atirou na cabeça da própria irmã por acidente. Meio que por acidente, também, acertei a testa do puto. Vingativo pra cacete, o coroa me pilhou para arrumar um bando de motoqueiros - os Dust Ravens - para achar o resto do cartel e enterrar todo mundo.
Mas o pior é que os vamps viraram o mundo de cabeça para baixo, mesmo. Tudo mudou na rotina do pessoal e - por mais que eu achasse impossível - na minha. Desde que apareceram aqui em Wichita Falls, minha vida tem sido uma maluquice completa. Meti a mão no arsenal do coroa e voltei à época da guerra, onde eu era só mecânico mas era obrigado a pegar em armas de vez em quanto. Metralhei lobisomens (ééé, compadre), briguei com os rapazes do clube, tomei porrada de vampiro, fui enfeitiçado, descobri que tenho parentes mexicanos macumbeiros, virei feiticeiro e deixei de ser, vi e enfrentei fantasmas e enterrei velhos amigos.
Pra fechar com chave de merda, uma vampira francesa empoladinha chamada Marie entrou na minha vida e me pegou de
jeito, me fazendo ser chamado de fang banger e tudo. Já fomos e
voltamos, brigamos e fizemos coisas que eu nunca imaginei que faria. O
pior de tudo é que estar apaixonado por uma criatura dessas é que nem
criar um gato. Ele está lá, você o ama, mas não tem a menor certeza de
que ele corresponde, e ele pode ir embora, te sacanear ou te atacar a
qualquer momento. Principalmente agora, que estamos em um estado
esquisito, com um gelo danado da parte dela e um elefante na sala.
Sabe o que é melhor? Agora que minha vida virou essa zorra, eu
finalmente me sinto mais integrado com o mundo. Talvez eu me sinta bem
me arriscando feito um doido, talvez seja só uma vontade destrutiva meio
reprimida, sei lá. Enfim, não sei o que o futuro me reserva, mas vou
ficar no meu cantinho porque de uma coisa eu sei: não é nada bom.
A vida é engraçada.
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